Você já ouviu falar de "Pé Torto Congênito"?
Como já sabem, minha Luiza Lara nasceu em Novembro de 2013. Nos pegando de surpresa vindo de 36 semanas e 5 dias. Confesso que até já esperava essa chegada antecipada, pois os sinais estavam a mil.
A surpresa maior pra me, foi saber que ela tem "Pé Torto Congênito", fiz três ultra sonografias e em nem uma delas constatou qualquer problema. Na hora em que a medica me contou, não fiquei asustada, não chorei, apenas perguntei o porque e como iria tratar. Ela respondeu que logo alguém me daria informações. No outro dia uma enfermeira olhou pra minha bebê e soltou " há sua bebê tem pé tortos né! o tratamento é tão demorado, eles quebram os pezinhos e engessam". Eu fiquei horrorizada! triste pensando como iria aguentar isso, até que apareceu um medico e me explicou tudo bem direitinho.
Chegando em casa pesquisei mais sobre o caso, em como tratar, quais as vantagens e desvantagens,
Luiza com 1 mês e 11dias de nascida...
Aqui já da pra ver o resultado depois de três semanas de gesso....
Há crianças que tem pé torto bilaterais e outras em um dos pés apenas. O tratamento é iniciado com dias de nascido, no caso da Luiza começou o tratamento com 1 mês e 24 dias, por que o medico tava de ferias, ela tem Pé torto congênito bilaterais, e na primeira semana de tratamento vimos resultado! ficamos muito felizes.
Postarei informações, e contarei cada passo do tratamento, espero que este e outras postagens ajudem outras mães que passam por este mesmo dilema.
Usamos a Técnica de Ponseti:
Esta técnica foi desenvolvida pelo ortopedista espanhol Dr. Ignacio Ponseti que dedicou vários anos ao estudo da biomecânica do pé torto congênito, estes estudos resultaram nessa técnica de tratamento conservador.
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A maioria dos pés tortos podem ser corrigidos ainda quando bebês em seis a oito semanas com manipulações adequadas e aplicação de gesso. O tratamento é baseado no entendimento da anatomia funcional do pé e da resposta biológica de músculos, ligamentos e ossos às alterações de posicionamento obtidas pelas manipulações seriadas e aplicação de gesso.
Menos de 5% das crianças nascidas com pé torto têm pés rígidos, encurtados e graves com ligamentos rígidos, que não cedem ao alongamento. Essas crianças precisam de correção cirúrgica. Os resultados são melhores se a cirurgia óssea e de partes moles pode ser evitada. A cirurgia no pé torto é invariavelmente seguida de formação de tecido fibroso cicatricial, cicatrizes e fraqueza muscular que se tornam mais graves e limitantes após a adolescência.
O tratamento deve começar na primeira ou segunda semana de vida para aproveitar a elasticidade favorável dos tecidos que formam os ligamentos, cápsulas articulares e tendões. Com o tratamento conservador, essas estruturas são alongadas com manipulações cuidadosas semanais. Um gesso é aplicado após cada sessão semanal para manter a correção e o alongamento obtidos. Assim, os ossos são gradualmente trazidos para o alinhamento correto.
Cinco a sete gessos longos, da coxa ao pé, com os joelhos em ângulo reto são geralmente suficientes para corrigir a deformidade. Mesmo os pés mais rígidos requerem não mais que 8 ou 9 gessos para obtenção da correção máxima. Antes da aplicação do último gesso que é mantido por 3 semanas, o tendão de Achiles é geralmente cortado, num procedimento na própria clínica, sob anestesia local, para completar a correção do pé.
Quando o último gesso é removido, o tendão já se refez, no comprimento adequado. Depois de 2 meses de tratamento, os pés devem apresentar-se supercorrigidos.
Após a correção, a deformidade tende a recidivar. Para prevenir a recidiva, quando o último gesso é retirado, deve-se usar uma órtese tempo integral por três meses e depois apenas à noite por 14 horas noturnas, durante 4 anos.
A órtese consiste de uma barra ( com o comprimento da distância entre os 2 ombros ) com botinhas altas abertas na frente presas à barra com 70 graus de rotação externa. Uma tira de couro ou plastizote deve ser colada acima do calcanhar para impedir que os pés escorreguem para fora. A criança pode ficar desconfortável inicialmente quando tentar mover as pernas separadamente, mas logo aprende a mexer as duas pernas juntas e fica mais tranquila. Em crianças com pé torto unilateral, o pé normal é fixado na botinha com 40 graus de rotação externa.
O exame radiográfico seriado geralmente não é necessário, porque além de não ter ocorrido ainda grande parte da ossificação do pé (ossos são ainda estruturas cartilaginosas) é possível palpar-se com os dedos a posição dos ossos e sentir-se o grau de correção. O mesmo não ocorre em casos complexos.
Quando a deformidade recidiva mesmo seguindo-se todos os cuidados, uma pequena cirurgia pode ser necessária após os 2 anos de idade. A cirurgia consiste em transferir o tendão do músculo tibial anterior mais lateralmente no pé.
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O tratamento de Luiza, é feito no Hospital Albert Sabin em Fortaleza, semanalmente. No começo foi difícil, ela chorava muito, dormia mal, o banho não tem como ser demorado, a não ser no dia das trocas de gesso dado na própria clinica.
A higienização é simples: Cubra o gesso, evitando-o a entrada de água na hora do banho. Não levante as pernas segurando pelo gesso, isso evita um deslocamento. Cuidado na troca de fraldas, para que o gesso não seja sujo om fezes e urina.
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