segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Pé Torto Congênito

 Você já ouviu falar de "Pé Torto Congênito"?

Como já sabem, minha  Luiza Lara nasceu em  Novembro de 2013. Nos pegando de surpresa vindo de  36 semanas e 5 dias. Confesso que até já esperava essa chegada antecipada, pois os sinais estavam a mil.

 A surpresa maior pra me, foi saber que ela tem  "Pé Torto Congênito", fiz três ultra sonografias  e em nem uma delas constatou qualquer problema. Na hora em que a medica me contou, não fiquei asustada, não chorei, apenas perguntei o porque e como iria tratar. Ela respondeu que logo alguém me daria informações. No outro dia uma enfermeira olhou pra minha bebê e soltou " há sua bebê tem pé tortos né! o tratamento é tão demorado, eles quebram os pezinhos e engessam". Eu  fiquei horrorizada! triste pensando  como iria aguentar isso, até que apareceu um medico e me explicou tudo bem direitinho.
 Chegando em casa pesquisei mais sobre o caso, em como tratar, quais as vantagens e desvantagens,

                            Luiza com 1 mês e 11dias de nascida...


                         Aqui já da pra ver o resultado depois de três semanas  de gesso....




Há  crianças que tem pé torto bilaterais  e  outras em um dos pés apenas. O tratamento é iniciado com dias de nascido, no caso da Luiza começou o tratamento com 1 mês e 24 dias, por que o medico tava de ferias, ela tem Pé torto congênito bilaterais, e na primeira semana de tratamento vimos resultado! ficamos muito felizes.

Postarei informações, e contarei cada passo do tratamento, espero que este e outras postagens ajudem outras mães que passam por este mesmo dilema.

Usamos a Técnica de Ponseti:

Esta técnica foi desenvolvida pelo ortopedista espanhol Dr. Ignacio Ponseti que dedicou vários anos ao estudo da biomecânica do pé torto congênito, estes estudos resultaram nessa técnica de tratamento conservador. 
A maioria dos pés tortos podem ser corrigidos ainda quando bebês em seis a oito semanas com manipulações adequadas e aplicação de gesso. O tratamento é baseado no entendimento da anatomia funcional do pé e da resposta biológica de músculos, ligamentos e ossos às alterações de posicionamento obtidas pelas manipulações seriadas e aplicação de gesso.
Menos de 5% das crianças nascidas com pé torto têm pés rígidos, encurtados e graves com ligamentos rígidos, que não cedem ao alongamento. Essas crianças precisam de correção cirúrgica. Os resultados são melhores se a cirurgia óssea e de partes moles pode ser evitada. A cirurgia no pé torto é invariavelmente seguida de formação de tecido fibroso cicatricial, cicatrizes e fraqueza muscular que se tornam mais graves e limitantes após a adolescência.
O tratamento deve começar na primeira ou segunda semana de vida para aproveitar a elasticidade favorável dos tecidos que formam os ligamentos, cápsulas articulares e tendões. Com o tratamento conservador, essas estruturas são alongadas com manipulações cuidadosas semanais. Um gesso é aplicado após cada sessão semanal para manter a correção e o alongamento obtidos. Assim, os ossos são gradualmente trazidos para o alinhamento correto.
Cinco a sete gessos longos, da coxa ao pé, com os joelhos em ângulo reto são geralmente suficientes para corrigir a deformidade. Mesmo os pés mais rígidos requerem não mais que 8 ou 9 gessos para obtenção da correção máxima. Antes da aplicação do último gesso que é mantido por 3 semanas, o tendão de Achiles é geralmente cortado, num procedimento na própria clínica, sob anestesia local, para completar a correção do pé.
Quando o último gesso é removido, o tendão já se refez, no comprimento adequado. Depois de 2 meses de tratamento, os pés devem apresentar-se supercorrigidos.
Após a correção, a deformidade tende a recidivar. Para prevenir a recidiva, quando o último gesso é retirado, deve-se usar uma órtese tempo integral por três meses e depois apenas à noite por 14 horas noturnas, durante 4 anos.
A órtese consiste de uma barra ( com o comprimento da distância entre os 2 ombros ) com botinhas altas abertas na frente presas à barra com 70 graus de rotação externa. Uma tira de couro ou plastizote deve ser colada acima do calcanhar para impedir que os pés escorreguem para fora. A criança pode ficar desconfortável inicialmente quando tentar mover as pernas separadamente, mas logo aprende a mexer as duas pernas juntas e fica mais tranquila. Em crianças com pé torto unilateral, o pé normal é fixado na botinha com 40 graus de rotação externa.
O exame radiográfico seriado geralmente não é necessário, porque além de não ter ocorrido ainda grande parte da ossificação do pé (ossos são ainda estruturas cartilaginosas) é possível palpar-se com os dedos a posição dos ossos e sentir-se o grau de correção. O mesmo não ocorre em casos complexos.
Quando a deformidade recidiva mesmo seguindo-se todos os cuidados, uma pequena cirurgia pode ser necessária após os 2 anos de idade. A cirurgia consiste em transferir o tendão do músculo tibial anterior mais lateralmente no pé.

O tratamento de Luiza, é feito no Hospital Albert Sabin em Fortaleza, semanalmente. No começo foi difícil, ela chorava muito, dormia mal, o banho não tem como ser demorado, a não ser no dia das trocas de gesso dado na própria clinica.

 A higienização é simples: Cubra o gesso, evitando-o a entrada de água na hora do banho. Não levante  as pernas segurando pelo gesso, isso evita um deslocamento. Cuidado na troca de fraldas, para que o gesso não seja sujo om fezes e urina.




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